O Passado Ilusório

O Passado Ilusório

O primeiro passo


Acrópole Ateniense -  Via Greek Exclusive


A primeira coisa que veio na minha cabeça ao começar os encaminhamentos para esta publicação foi: "Queria uma foto..."; curiosamente, pensei primeiro numa "Paisagem". Mas logo me indaguei como diabos ia achar um foto de uma paisagem que me apareceu num relímpse de pensamento. Obviamente não encontrei algo do gênero!

Contudo, deste pensamento me vieram outros à mente, como: "Paisagem Grécia"... Obvio, qual outra coisa além disso que viria?!? Chega a ser cômico como essa mente trabalha.

Apesar de soar sugestivo, principalmente para quem já ouviu alguns de meu devaneios de mais sincera loucura, meu subconsciente às vezes sabe o que quer, e neste caso específico não foi loucura alguma. Explico:
Após passar pelo Parthenon, reconheci que havia buscado inconscientemente a iluminação característica do local (bem, admito que isso possa soar como uma centelha de insanidade), e, nesta foto acima, encontrei cores muito similares as que habitam as fotografias mentais de quando eu penso sobre o meu "Passado Ilusório".

Não sei se demonstrar quais as cores e explicar esse lance todo pode adiantar de alguma coisa no entendimento final desse texto. Mas... alguma coisa em mim julgou que seria importante.

Talvez você possa ter associado a foto do Pathernon à  qualquer papo que justifique minha ligação com a Grécia. De fato, eu possuo uma ligação muito forte com o lugar, sem sequer conhece-lo. Existe uma magia que me atrai desde muito novo. Independente de tudo, o motivo que forma tal ligação não é o assunto de hoje.

Apresentação de um passado que não existiu


Foto por mim - Apoteose Melancólica.

Indo ao ponto, tenho lembranças de coisas que nunca existiram, ou sequer aconteceram, e sobrevivem em mim apenas nestas lembranças tênues de cores estranhas, tão vívidas. Soam tão reais, que me assustam, e meu coração treme só de lembrar delas por um breve momento.

Algumas delas eu tenho a certeza que vieram de certos sonhos meus. Entretanto estes sonhos de aventura, que já devo ter citado por aqui eu acho, em muito me agradam; A maioria me diverte, alguns me perturbam de forma solene e esquisita. De qualquer forma não são sonhos comuns, e são, em suma, especiais.

Muitas destas memórias, acredito que, também são frutos de idealizações constantes, minhas, no passado. E que, junto aos sonhos, me nutriram de forma tão severa que me marcaram mais do que muitas memórias reais.

O resultado é um passado ilusório. Que eu olho através da minha mente com certa melancolia, uma melancolia apoteótica que me eleva; que eleva fatores de minha vida, já que de alguma forma bizarra e inexplicável eu me sinto bem naquele meio que sequer "existe" (existe em minha mente, mas isso não vem ao caso). Curiosamente, não há nenhuma grande realização nesse passado.

As músicas

 Mais cores lindamente bizarras


Algumas músicas minhas possuem citações diretas sobre o passado ilusório, como "Relímpse Esquecido" e "Outrora". Mas principalmente no primeiro exemplo, onde um determinado cenário é descrito no princípio da música:

"Preso nas idealizações do que não é e nunca vai ser
Preso como um animal que sente que deve migrar do norte ao sul
Preso ao pensamento de noite clara, brilho e vento nu
Noite das brincadeiras que não vão desaparecer"

O que se segue após disso são devaneios, que rodeavam meu corpo em uma dança calmamente insana após a primeira estrofe. E no meio dessa dança, o ponto de partida vem à tona, novamente:

"O que é que são essas lembranças que você nunca viveu?
O que é esse passado ilusório? Por acaso não viveste o teu?"

E a dança volta a prosseguir até o final da música.

Em Outrora, o enfoque principal é outro (há um divisão de holofotes com outro assunto, que também aparece em Relímpse Esquecido), contudo o conteúdo deste novo enfoque - apesar de eu acreditar que já o citei no blog - ficará para outro texto.
Todavia, voltando, tudo vem à tona e a casa cai em:

"Mas esse não é meu objetivo, aqui estou eu,
pseudo-andarilho
Com um passado obscuro,
E um passado-futuro ilusório
abençoado pelos Dioscuri?
Onde está essa parte da minha alma?"

Ou após o refrão:

"Lembra-se do passado-futuro que eu lhe falei?
Aqui vou lhe explicar [tudo] aquilo que pensei
Há dentro de mim
Uma ideia que advim
De um lugar onde não tive que implorar por um fim
Memórias douradas
De onde vieram?
Sequer aconteceram?
Um futuro em chamas
De glória e honra
Vieram dos meus sonhos a pulsar?"

No final da música, eu chego à uma espécie de conclusão sobre certo aspecto em comum de todas estas facetas do Passado Ilusório, mas fica para a próxima tal síntese.


Afinal de Contas



Acaba por ser algo que eu convivo já há um bom tempo; mas essa convivência me faz tão bem, e é estranho... Porque até então eu nunca tive plena necessidade de entrar de cabeça em alguma busca desconexa para tentar encontrar tal passado supracitado. Descobrir onde esse passado existe.
Agora sim, este texto é uma centelha de loucura, mas uma loucura genuína.

Eu não estou em uma busca desenfreada, senão a eterna busca por mim mesmo.

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