Queria uma sopa de legumes para em seu vapor quente jogar minhas amarguras, ali elas se dissolveriam e dissipariam no ar. Depois a comeria até que o sangue dentro de mim esquentasse e eu pudesse, finalmente, viver. Ou não. E foi numa dessas aulas sobre o pensamento de Aristóteles que me deparei com uma frase: "Você é o que você pensa". Se sou o que penso, sou a morte, porém uma morte incompleta, uma morte sem paz. O sossego só virá quando minha mente desligar, quando ela desaparecer. Ao fim do pensamento eu terei, finalmente, meu descanso, minha paz. A morte, antes, era uma fuga, um ultimato, uma solução que vinha com muito receio e até mesmo, admito, um bocado de medo. Me restam o choro da alma e as frustrações. Me disseram que era um longo, longo caminho para baixo, mas eu desperdicei todas as chances. O chão é bonito, as folhas e a paisagem, onde meus olhos alcançam há beleza, mas onde eles não podem ver é obscuro e tênue. Deveria eu me dar bem comigo mesm...