Pois... [Repostagem porque a mula aqui apagou sem querer, mas com sorte conseguiu recuperar]


Hoje pareceu complicado...





Assim como algumas semanas atrás, hoje teve um peso estranho: de pesar os olhos, a cabeça e minhas juntas problemáticas.

Eu busco, em meio às coisas supérfluas, uma distração, e por mais que parecesse correr em mim inspiração suficiente que tornasse este texto belo mesmo escrevendo ele pelo celular (o que demonstra ser realmente penoso), eu ainda me sinto fraco. Só que sem a pressa que antes me tirava do sério.

Talvez você só está aqui porque eu genuinamente quis te dar ouvidos, independente de qual foi o momento que isso ocorreu.

Eu realmente quis!

Talvez esse foi o meu diferencial em relação a maioria das outras pessoas.



Eu vi a luz da cidade minguar a cada noite, hoje parece que as noites são tão escuras. Até naquela madrugada em que eu vi a lua crescente, em um formato tão sublime... A noite continuava escura em demasia, mesmo que o dia viesse à cavalgar pelo leste.

Nos dias anteriores á esta lua crescente no final da madrugada, eu, por acaso, despi minha armadura e apresentei-me ao alto comando sem meu Hóplon.

Ali mostrei-me frágil após muito tempo; sou humano e sangro. Meu sangue não é ícor, não é dourado... ele é vermelho carmesim e fulgura mesmo que com uma coloração escura.

Apesar de ter descansado do uso de elmos, não deixei minha cara bizarra e exótica respirar livre, acabei utilizando algumas máscaras, para revelar aquilo que meu rosto nu esconde.

Aqui, no outeiro, as máscaras me tiltaram, as quebrei e atirei do alto de minha varanda; fui dormir sob a promessa de não criar mais destes utensílios e os botar em minha cabeça.

Até então cumpri a promessa.

Tratei de vários assuntos peculiares com pessoas que nunca entenderiam, acho que gosto de me sentir frustrado, só pode!



Contudo esta noite pareceu complicada, e meu coração pulsa em amor, no meio de todas estas dúvidas.

A dor é pesada, e é rasgante saber que é através dela que se aprende a viver de uma forma que exista menos dispêndio de energia...

Para viver é necessário sofrer, e entender isto rápido pode causar certo alívio. A vida ainda anda no seu próprio ritmo, adequa-lo à própria música é, não apenas útil, mas também gratificante.

O Dilema



Também algumas semanas atrás, fui lavar minha cara e no canto do lavatório havia um artrópode qualquer, então, eu o indaguei: - Sério que você tem que estar aí logo agora?!

Claro, soa muito egocêntrico, contudo era só eu jogar água para manda-lo ralo abaixo, mas não era minha intenção... Lavei a cara tendo cuidado para não matar o bicho.

Posteriormente, retornei ao banheiro por algum motivo, e notei que o pequeno ser tinha uma atmosfera de sofrimento. Reparei bem, e notei que ele não possuía 1/3 da pata traseira esquerda.

Ali começou o dilema...

Deveria eu mata-lo para aliviá-lo do sofrimento e da cobrança natural que viria à ele. Ou deixá-lo viver, pois se fosse pra ele morrer, a natureza se encarregaria disso...

Fiquei com aquilo na cabeça por muitas horas, o sofrimento dele me agonizava, mas eu não chegava a conclusão nenhuma...

Quem se omite, consente... Desta forma, não o matei. No outro dia ainda o avistei cedo antes de sair de casa, pela última vez.

Duvido muito que ele tenha vivido, provável que a natureza, implacável do jeito que é, tenha lhe dado um fim.

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