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Mostrando postagens de 2015

Por obséquio

Peço, por obséquio, que me livre dessa dor. Peço, por obséquio me tire a consciência. Peço por obséquio que me deixe descansar. Por obséquio eu lhe peço. Não faça que ninguém me espere. Pois nada, nem o amor, é o que parece. Pois quando todas as flores entristecem, A esperança se atrofia e emagrece. Até que nada vire nada; Eu lhe peço, por obséquio.

O ingrediente da ambrósia.

Não foi à toa que a esperança se localizava no fundo da caixa de Pandora, ali, quieta e serena, ela neutralizava todos os males existentes para que eles não eclodissem, de modo turbulento e instintivo, e a caixa e se libertasse. A esperança não é uma abstração emotiva padronizada. Ela é o reflexo próprio de sua vida e individualidade; todos que já provaram da chama verde sabem muito bem do que a ambrósia, alimento dos deuses gregos, é fruto. Sendo assim, é o combustível vital, o sangue da alma. Não é ela que desencadeia as frustrações, a abstração esverdeada é, justamente, a defesa contra elas! Impedindo o colapso moral e psicológico animal. É também um patamar apoteótico, pois visando a felicidade, epdeumonia, como dizia Aristóteles, fortalece o homem e leva-o aos seus objetivos. Amiga dos soturnos por natura e dos depressivos ao acaso, poupa-os do fim vital apresentando refúgio aos seus impasses; talvez por isso seja dada como ilusória ou fantasiosa. Argumento este discutível j

Como um sopro apoteótico.

Como um sopro apoteótico nunca vi nada mais belo que a coisa que me manteve vivo por tanto, tanto tempo. Ó "pequeno" grande feixe verde intrínseco. Acho que agora entendo aquela visão fora do abismo, oh, não, como fui tão lerdo quanto à isso... O gramado eterno, a esperança que eu já cheguei a ignorar. Sabe de uma coisa? Minha cor favorita, escancaradamente admitida, sempre foi verde, mesma cor que, coincidentemente, representa essa pequena deusa. Pueril e matura, vivaz garota dos sonhos. A única coisa que percebi foi que não vivo sem ela, quando abandono-a e percebo que não morri acabo correndo de volta. Minha aura não pode deixar de ser verde, não por um grande tempo, o amarelo e laranja simplesmente não conseguem substituir. A idéia do texto era expressar que abandonei um pouco a esperança e pisei num lugar mais fundo do abismo eterno abaixo de mim, realmente aconteceu, mas eu acabei por voltar, algum tempo depois: Não voltei arrependido, infeliz com os pensame

No Redemption.

Queria uma sopa de legumes para em seu vapor quente jogar minhas amarguras, ali elas se dissolveriam e dissipariam no ar. Depois a comeria até que o sangue dentro de mim esquentasse e eu pudesse, finalmente, viver. Ou não. E foi numa dessas aulas sobre o pensamento de Aristóteles que me deparei com uma frase: "Você é o que você pensa". Se sou o que penso, sou a morte, porém uma morte incompleta, uma morte sem paz. O sossego só virá quando minha mente desligar, quando ela desaparecer. Ao fim do pensamento eu terei, finalmente, meu descanso, minha paz. A morte, antes, era uma fuga, um ultimato, uma solução que vinha com muito receio e até mesmo, admito, um bocado de medo. Me restam o choro da alma e as frustrações. Me disseram que era um longo, longo caminho para baixo, mas eu desperdicei todas as chances. O chão é bonito, as folhas e a paisagem, onde meus olhos alcançam há beleza, mas onde eles não podem ver é obscuro e tênue. Deveria eu me dar bem comigo mesm

A transformação

Na mesma madrugada de hoje finalmente coloquei no papel uma ideia de capítulo que há um tempo habitava o reino da minha mente, ele parece simples e esdrúxulo, e criticamente seria uma descrição cabível. Mas dentro dessa sua pouca importância e má qualidade encontra-se extremo valor, não só para personagens envolvidos mas também para mim. Fraquejei, assim como os personagens envolvidos, várias vezes enquanto escrevia, senti o que sentiam, vi algo que simplesmente não posso explicar. A importância desse capítulo tornou-se colossal, e ele é um marco na história, mesmo que, acredito, poucos entenderiam isso caso a lessem por completo, assim como é um marco para mim. Não prolongarei onde as palavras não podem expressar, o capítulo auto-intitula-se Lorian. Lorian Ture caminhava na extremidade direita daquela avenida-alameda, seu ferimento não lhe incomodava e aquilo facilitava seu trajeto, precisava ser rápido. O crepúsculo batia nas árvores ali, as deixando em tom de laranja. N

Por onde as estradas me levaram, não posso dizer.

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Hoje de madrugada me senti em um estado um bocado inspirado, um estado deveras neutros, e com esse estado eu retomo as postagens nesse Blog estático, queria agradecer primeiramente aos leitores deste no ano passado, com inclusão, desta vez, do grande Cássio ao seleto grupo. Desta noite tive alguns proveitos eu um deles foi a tradução/adaptação da música "The Last Goodbye" interpretada por Billy Boyd para o português, é também uma adaptação pois a intenção é que ela possa ser cantada na mesma melodia da original. Apresento-lhes agora o dito cujo: A última despedida. Eu vi a luz desvanecer no ar Escutei, no vento, um suspirar Enquanto a neve cobria os irmãos que daqui partiam Cantarei a última despedida. A noite se forma, O dia se desfaz, A estrada fica a me chamar e eu devo ir. Montanha acima, árvore abaixo, Onde a luz nunca brilhou. Pelos riachos de prata que correm até o mar. Embaixo das nuvens e das vedetes, Sobre a neve e as auroras de invern